Na Terra, é sempre difícil
corresponder à expectativa do Céu, quando nos situamos nos primeiros lugares da
vida de relação.
Aqueles que dominam nos
enganos educativos da carne se algemam, habitualmente, a tantos compromissos com
a sombra que, de modo geral, não dispõem de
recursos senão
para a defesa obstinada dos seus tesouros de ilusão.
A evidência no mundo, quase
sempre, é aflitivo cativeiro.
A liberdade, entre as
criaturas terrestres, é supressão de liberdade.
A riqueza material,
frequentemente, é dolorosa escravidão do espírito.
A mocidade física, em
muitas ocasiões, é tentação à indisciplina com imprevisíveis
consequências.
A autoridade terrena
costuma ser amargurosa tortura moral.
A vitória, entre os homens,
na maioria das vezes, sofre lastimável degenerescência, arrojando-se facilmente
aos despenhadeiros do crime e do
arrependimento.
Mas os que sabem caminhar,
nos últimos lugares do mundo, realizam sublimes aquisições da alma, no rumo da
Imortalidade.
Quem sabe apagar-se na
humildade contempla a Divina Claridade que fulge mais além.
Quem aprende a perder para
as trevas entra na posse dos Tesouros Imperecíveis da Luz.
Quem não pode brilhar nos
artifícios da carne volta-se para dentro do próprio ser e aí consegue plasmar
qualidades de Eterna Beleza.
Quem sabe receber a lição
dos vencidos, enche-se de misericórdia e compreensão, convertendo-se em luminoso
vaso de fraternidade, por onde se derrama o
auxílio de
Deus para as criaturas.
Se te encontras, acaso,
entre os últimos, guarda a paciência e regozija-te, porque estarás na companhia
daquele que se fez o derradeiro de todos os tempos,
como a Sublime
Fonte de Luz, que agiganta com os séculos, clareando o roteiro dos homens, na
Terra e além da morte.
Emmanuel
Psicografia de Francisco
Cândido Xavier.
Livro:
Harmonização